
A NASA estima que há cerca de 19,5 mil asteroides com comprimento médio de 100 metros vagando a 45 milhões de quilômetros do planeta Terra. Não se preocupe: a agência mantém um sistema de monitoramento de possíveis ameaças estelares e, até o momento, não houve a necessidade de uma intervenção tão grandiosa.
Porém, engenheiros e cientistas da Terra têm mesmo planejado visitar algum asteroide próximo do nosso planeta. Mas não com o propósito de eliminá-lo, mas sim de trazê-lo para junto de nós, mais precisamente, na órbita terrestre, como noticiado pela revista Wired.
A ideia parece absurda quando a ouvimos pela primeira vez. Mas antes de rejeitá-la, é bom saber que ela tem sido levada a sério. Recentemente, cientistas e engenheiros se reuniram durante quatro dias no Instituto de Tecnologia da Califórnia para discutir a possibilidade de realizar tal tarefa.
Tinha um asteroide no meio do caminho

Asteroide Gaspara, fotografado pela sonda Galileo (Fonte da imagem: NASA)
Mas o que tem deixados todos animados é a possibilidade de mantermos uma base no asteroide “laçado” pela NASA. Assim como costumamos fazer algumas paradas estratégicas durante uma viagem muito longa, para abastecer o veículo e fazer um lanchinho, por exemplo, poderíamos usar um asteroide como um ponto intermediário entre a Terra e um destino distante, fazendo até mesmo lançamentos a partir dele.
Além disso, asteroides podem oferecer riquezas. Esses corpos costumam ser uma fonte muito rica de metais, como o ferro, que poderiam ser explorados para a construção de alojamentos e bases. Outros possuem água, que pode ser usada não só para manter a vida no espaço, mas também para produzir combustível à base de hidrogênio e oxigênio.

Trator gravitacional empurrando asteroide (ilustração) (Fonte da imagem: Dan Durda)
Na verdade, toda a reserva terrestre de ouro, cobalto, níquel, tungstênio e outros metais que são essenciais para o progresso econômico e tecnológico vieram de asteroides que se chocaram contra a Terra durante a sua criação.
Mas isso não é perigoso?
Obviamente, o ato de trazer uma “pedra” de muitas toneladas para a órbita terrestre apresenta seus riscos. Os cálculos precisam ser muito precisos, já que qualquer desvio mínimo pode causar a queda de um bólido gigantesco no solo terrestre.Como estacionar um asteroide
Nós já temos a tecnologia necessária para guiar um asteroide até a nossa órbita. Existem diversos métodos disponíveis, que podem ser testados para descobrirmos qual é o mais eficaz. Primeiramente, é possível “agarrar” um asteroide rochoso com uma espécie de garra robótica especialmente desenvolvida para esse propósito. No vídeo abaixo, podemos vê-la em funcionamento e perceber que ela aguenta até mesmo grandes pressões, como a exercida por uma broca de perfuração.
Por enquanto, o maior empecilho para colocar esses planos em prática é o custo elevado para a realização deles. Capturar um asteroide pequeno custaria cerca de 1 bilhão de dólares e a despesa subiria para muitos bilhões caso quiséssemos um asteroide maior. Mesmo assim, as pesquisas e encontros acerca do assunto continuam. Se tudo correr como esperado, o ser humano poderá gabar-se de ter movido, pela primeira vez, um corpo celeste de local.