07 outubro, 2011

TV em transe: Rock in Rio: Globo mantém "tradição"

Fim de mais um Rock in Rio. Entre shows bons, ruins e arrastões na multidão, salvaram-se todos. Ou melhor, quase todos. E, pra variar, a transmissão da Rede Globo manteve sua tradição de bolas fora.


Quando colocaram o Zeca Camargo pra apresentar, achei que a coisa dessa vez seria melhor, afinal de contas o cara tem um histórico como jornalista da área musical. Mas que nada. Só o fato de dizer que o Motorhead estava passando pelo Brasil pela primeira vez colocou minha esperança por terra (a banda já veio trocentas vezes, sendo a última em abril passado).

Normalmente os maiores erros acontecem nos dias de rock mais pesado, por se tratar de um estilo ignorado pela grande mídia – o que obriga os profissionais envolvidos na cobertura a fazerem a “lição de casa” e se informarem a respeito. O problema é que eles não fazem, brindando-nos com um show de desinformação, que por vezes esbarra no preconceito.

Então desce um festival de entrevistas com “vips” que não têm nada a dizer, até porque a maioria só vai ao evento para aparecer. Ou soltar pérolas, como o histórico “hoje é dia de rock, bebê”, da Christiane Torloni...

Neste Rock in Rio, nem a informação mais básica foi poupada na transmissão global: os nomes das músicas executadas.

Durante o show do Metallica, foi inacreditável. Quase todos os sons tocados pela banda tiveram seus títulos mostrados de forma errada na telinha. Creeping Death virou “Creep”. Enter Sandman virou “Sandman”. Master of Puppets virou apenas “Puppetz” (com “z” mesmo). Ride the Lightning virou “Ride”, e assim por diante.

Pra completar, a Globo não mostrou o bis de shows que fecharam algumas das noites do festival.

Em 2013 tem mais. Será que vão aprender?


CUIDADO COM A PIADA

Já encheu as medidas essa história do afastamento do Rafinha Bastos do CQC por conta de uma piada agressiva que ofendeu Wanessa Camargo e seu marido, o empresário Marcos Buaiz.

Na minha opinião, o caso evidencia o seguinte: o problema não é contar uma piada pesada ou de mau gosto, mas sim quem pode ser atingido por ela.

Rafinha mexeu com “gente graúda”, que se sentiu ofendida e pressionou a cúpula da Band. Buaiz é sócio do ex-jogador Ronaldo (que também teria feito pressão pra “enquadrar” o humorista), e o humorista acabou suspenso do CQC.

O mesmo não aconteceu, por exemplo, quando o senhor Boris Casoy humilhou os garis em rede nacional – o jornalista recebeu todo o apoio da direção da rede. Aí pode, né Band?